VIII - TRAIÇÃO
O casamento já não era mais a mesma coisa. Ele era um ótimo pai, mas a rotina nos tornou irmãos. Já não esquentava se ele queria sair com os amigos, ele não esquentava que viajasse sozinha com minha filha ou ficasse num happy hour com os colegas do trabalho.
E após uns 4 meses no trabalho eu conheci Ele. Um chefe de operações, usava umas roupas fora de moda, era bronco, mas eu achava que ele tinha um sex appeal. Eu pedia muita ajuda a ele, pois não conhecia nada de porto, e ele já tinha uma grande experiência. Eu era secretária da Presidência, mas acabava ajudando as demais diretorias. Percebi que ele sempre saía do setor dele pra conversar comigo e a partir dali começou o que foi do céu ao inferno na minha vida.
Eu sabia que quando me tornei mãe eu tinha ficado mais bonita, os meses de amamentação e noites sem dormir me fizeram emagrecer. Eu usava um corte chanel curto nos cabelos e sempre com terninho impecável. Chamava atenção dos homens lá dentro. Mas eu queria ele.
A rotina do casamento com o bebê tornou o sexo mais raro e rápido. Tornei-me uma frustrada sexualmente. Só conseguia o prazer sozinha. Meu casamento estava indo pro espaço.
Num dia tomei coragem e chamei aquele homem do trabalho pra sair. Eu não queria relacionamento algum, mas precisava de uma transa satisfatória. Disse ao meu marido que precisava ir na faculdade negociar as mensalidades em aberto para trancar a matrícula.
Peguei um ônibus fui até uma cidade vizinha. Fui até o local marcado. Esperei durante 1 hora. Aquele homem tinha me dado um bolo. Ligava pra ele, e a ligação caía na caixa de mensagem. Me senti tão humilhada. Tentava quebrar os votos do casamento com um homem que também era casado e que havia me dado o bolo. Fiquei com raiva de mim mesma. Resolvi deixar pra lá e sequer falar com ele no outro dia.
Na manhã do dia seguinte no trabalho, ele veio até a mim. Pediu desculpas. Falou que a filha dele tinha ficado doente, então percebi que não poderia mais insistir naquilo. Papel de amante é humilhante.
Os dias foram se passando, meu marido parecia mais meu colega de quarto. Ele era um bom pai, mas eu tinha que trabalhar muito para pagar babá, consultas médicas, remédios e vacinas que minha filha precisava. Ela era alérgica e precisava de um tratamento com vacinas que não era nada barato.
Dias depois, aquele homem no trabalho voltou a me abordar. Dizia que não conseguia parar de pensar em mim. Que precisava sair comigo. Minha cabeça estava aos turbilhões de emoções. Eu queria, mas sabia que não devia. Como eu pagava babá e meu marido trabalhava aos sábados, marquei um sábado a tarde com ele. Falei que não iria ficar esperando em lugar nenhum na cidade vizinha. Ele mandou um taxi me buscar, depois de alguns quilômetros ele entrou no taxi. Fomos a um Motel.
Há tempos não entrava em um. Meu estômago revirava de nervosismo. Me perguntei mil vezes o que eu fazia ali. Olho pra trás com vergonha. Por mais que meu marido fosse mais um amigo do que marido, ele não merecia.
Aquele homem estava ali. Conseguiu me envolver. Se beijo era delicioso que esquentava todas as minhas partes mais íntimas. Tirou minha roupa e eu senti um prazer que jamais tinha provado na minha vida. Saí dali em êxtase. Meu Deus, o que vai ser de mim sem esse homem.
Os encontros passaram a ser rotineiros, uma vez na semana, de quinze em quinze dias... Ele era um vício. Meus pais, meu marido começaram a desconfiar. Passava muitas horas na rua sem dar a menor explicação. Como se deslocar para a cidade vizinha levava tempo, ele alugou uma kitinet mais próxima da minha casa para nossos encontros. Não passava pela minha cabeça o perigo de ser descoberta. Mas ele passou a ser meu vício. Não conseguia ficar sem ele. Estava apaixonada. Ele também se dizia por mim e me pediu que me separasse. Que abandonasse meu marido. Que ele assumiria minha filha. Eu imaginei o caos que seria isso na minha vida.
Falei que para sair com minha filha de casa, ele teria que tomar essa atitude primeiro. Não dava pra ser amante de um homem casado.
Ele começou a dar alguns sinais de desequilíbrio que não enxerguei na época. Um ciúme exacerbado, incluindo com meu chefe, atrapalhando meu trabalho no Porto. Sinais de violência para resolver algumas questões de trabalho e palavras de baixo calão quando brigávamos. Descobri que era usuário de cocaína e dava sinais de alcoolismo, pois todos os dias ia para um bar e pra piorar tinha uma arma que gostava de exibir para quem o ameaçava.
Já tinha vivido a questão do vício em relacionamentos. Aquilo tinha tudo pra dar errado. Falei que pra ficar comigo iria ter que abandonar os vícios, vender a arma e acabar com a conta no bar.
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