DIA BRANCO

 Hoje, quinze de setembro de 2023. O dia amanheceu chuvoso, gélido, pálido, frio. Me identifiquei com a temperatura. Acordei no modo automático, me vesti, tomei café da manhã e me perguntei mil vezes se eu poderia faltar o trabalho nesse dia. O meu senso responsável gritou, me arrumei e saí pro trabalho. No caminho meu marido reclama que eu tomo o remédio antes de dormir e apago. Ele queria sexo, eu dormir e não acordar. 

Não sei se o monte de tarja preta receitado pelo meu psiquiatra não tá fazendo efeito ou se a falta dos hormônios já estão me deixando na menopausa aos 46 anos.

Me sinto estacionada. No trabalho, sem chance de subir de cargo, exausta, e em casa as responsabilidades financeiras duplicam pelo baixo salário do meu marido e porque meus filhos ainda não tem o trabalho que desejam.

Com o Centro Espírita, embora tenho comparecido às giras e reuniões, que me fazem bem, no meu íntimo parece que meu tempo lá acabou. Não consigo ter a mesma empolgação de antes.

Aos 46 anos não consigo terminar a obra da casa, não tenho carro e nem mesmo comecei a auto-escola.

Hoje o dia não está branco, está cinzento, como minha alma, como meu eu.

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