XXVI - UMBANDISTA OU MACUMBEIRA?
Trabalhar com a espiritualidade não tem como explicar. Há o processo de dor, de cura, de renovação e serviço. E sim, passamos por todos esses processos.
Ter uma rotina espiritualizada te ensina a perdoar, a olhar com amor o outro e principalmente se perdoar. O que mais eu tinha medo em fazer parte da Casa de Caridade, era o julgamento das pessoas. Meus pais não poderiam sequer sonhar que eu trabalhava numa casa de Umbanda.
A espiritualidade, diferente de religião é um processo de eterno aprendizado. É cair, se levantar e ajudar o outro a se levantar também. É ajudar o outro, mesmo que sua vida esteja um caos, Porque olhando os problemas do outro, vemos que os nossos são extremamente menores e irrelevantes.
Na Umbanda, cultuamos os Orixás, mas também abraçamos o Cristianismo, o Kadercismo, a espiritualidade Cigana e nossos ancestrais indígenas e negros que foram escravizados. Que linda é a Umbanda. Uma religião brasileira que agrega tantas outras.
Fazemos festas, entregas, trabalhos e aprendemos que o mal se paga com o mal. Por isso, nunca fazer trabalhos para o mal de ninguém.
Foi difícil chegarmos até aqui, mas chegamos. Nos perdoando e sendo melhores. Fizemos um altar em casa, para cultuar nossos santos e crenças, participamos das giras internas e de atendimento e nos comprometemos com a caridade. O intuito do nosso Terreiro não é dinheiro. Nada se é cobrado pelas consultas, pelos passes... Tudo é custeado com uma vaquinha entre os médiuns. Todos são bem vindos. Sem discriminação de raça, cor, sexualidade ou credo.
Não vou dizer que não caímos no meio do caminho. Mas o saber levantar foi aprendizado durante todo esse processo. Redescobrimos o amor entre homem e mulher, a violência foi banida do meu lar e toda raiva e rancor deram lugar para o amor.
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