XX - VIDA DE CASAL NO SWING

 


A vida ficou boa até certo ponto. Nossa casinha seguia em construção, nossos desentendimentos diminuídos, e a vida das crianças estava melhor. Tínhamos uma rotina de trabalho e família. 

Como casal, sempre costumávamos ver filmes pornôs ou mais picantes para apimentar o sexo. Achava normal, pois éramos casados, e o que faríamos entre quatro paredes estava somente entre nós. Ele sempre foi extremamente machista, chamava de viado qualquer homem mais afeminado. Mas ele achava lindo quando duas mulheres se pegavam nos filmes. Eu tinha um sentimento diversificado ao ver os filmes. Embora ficasse mais excitada, eu achava lindo dois homens se pegando também. Gostava de ver o canal "FOR MEN".

Uma vez passando pelos canais, vimos uma programação pela madrugada chamada "SWING's PARTY" que consistia em festas no mundo liberal. Swing ou troca de casais, é um relacionamento sexual entre dois ou mais casais estáveis que praticam sexo grupal como uma atividade recreativa ou social Todo aquele universo era novo pra mim. Uma vez ele disse que quando solteiro participava dessas festas, ia em boates de swing. Achei aquilo incrivelmente novo e excitante. Mas eu não achava que a gente era tão estável assim... Sabia que em algum momento ele poderia sentir ciúmes e as consequências para mim seriam enormes.

Ele começou a fazer um perfil nosso de casal num site relacionado a esse tipo de encontros. Ele dizia que precisávamos encontrar outros casais para conversar e trocar experiências. Meu medo era enorme. Mas a curiosidade era maior que o medo, então deixei que ele marcasse um encontro com outro casal para nos conhecer. 

O dia chegou, primeiramente conhecemos o marido que era da mesma cidade que nós. O meu marido dizia que já o conhecia. Vi fotos deles dois no site e eram fotos lindas e bem excitantes. No dia marcado, eles nos levaram pra casa deles no Distrito a uns 12 km da nossa cidade. Meu marido foi bem paciente comigo, me explicando como funcionava esse meio. Eu fiquei interessada. Talvez o swing salvasse meu casamento.

Eu cheguei muito nervosa. Nunca tinha feito aquilo. Não sabia qual seria minha reação, nem a dele. Vi que o casal era bem simpático e amáveis.

Precisei tomar uma garrafa de vinho pra tomar coragem. Eu sabia que não poderia começar com o homem, que teria que começar com a mulher, ou a coisa poderia dar errada de vez. Não sabia nem se era eu que teria que tomar a iniciativa, enquanto o marido da mulher mostrava a casa para o meu marido, eu cheguei perto daquela linda mulher, a beijei e ela retribuiu. Começamos a tirar nossa roupa e fazer sexo oral uma na outra. Os homens chegaram até o quarto, se despiram e ficaram nos observando. Trocamos de casal e não foi difícil fazer sexo com eles. Eu olhava o tempo todo para o meu marido e a cara dele era de êxtase e contentamento.

A volta pra casa foi um turbilhão de emoções. Eu lembro que eu perguntava a ele se estava tudo bem e ele respondia que sim. Chegamos em casa e transamos loucamente.

Depois fomos tendo outras experiências... boas e ruins. Algumas bem desagradáveis. Fiquei me perguntando se era aquilo que eu queria. A gente conheceu várias pessoas legais, mas vários casais loucos também.

Uma vez, ele insistiu que fóssemos pra uma festa em Nova Friburgo. Iríamos com uns amigos de Rio das Ostras e ficaríamos no quarto deles. Dividimos o valor do combustível do carro e do quarto. Uma noite ia rolar festa de Hallowen e no dia seguinte uma festa na piscina com churrasco.

Me ambientei logo no lugar. Me juntava com as esposas da festa. O combinado entre eu e meu marido era que ninguém ficaria longe um do outro e que só sairíamos com um casal que ambos gostassem. A festa de Hallowen foi muito bacana. Coloquei uma roupa de viúva negra e ele de pirata. Conversamos com outros casais, dançamos, mas não rolou nada. Mais tarde fomos dormir. No dia seguinte após o café da manhã, fomos todos para a piscina. Lá estava rolando um churrasco. Saí da piscina e falei com ele que eu buscaria carne e bebida pra gente, enquanto isso ele estava conversando com outro casal. Fui até a área da churrasqueira e tinha um homem que a gente conhecia fazendo o churrasco. Ele pediu para eu esperar uns minutinhos que a carne já ia sair. Esperei um pouco, peguei o prato com a carne, uma cerveja e voltei para a piscina. Meu marido me olhava. Eu conhecia aquele olhar julgador. Com um sorriso cumprimentei quem estava conversando com ele, e ele com um rosto sério disse pra mim: "Vamos pro quarto."

O outro casal que estava com a gente ficou na piscina e então só eu e ele estávamos no quarto. Lá ele começou a gritar comigo, me chamou de vagabunda, piranha e que eu não tinha cumprido nosso trato. Que eu estava dando pro rapaz que estava na churrasqueira e fiz ele fazer papel de corno. Não sei quantos tapas e quantos chutes ele me deu. Tentei me defender, o xinguei, bati nele também. Tive uma força descomunal pra conseguir sair do mata leão dele e me trancar no banheiro. Ele chutava a porta, eu gritava socorro, ele berrava que ia me matar. Logo foi aparecendo as meninas perguntando se eu queria ajuda. Eu estava no banheiro. Elas abriram o chuveiro, tiraram minha roupa, me deram banho e ficaram lá comigo. Elas pediram para meu marido sair do quarto, ele falou que não sairia. Logo depois chegou o casal que dividíamos o quarto. Eu nunca senti tanta vergonha. Os dois conversaram com a gente. Eu não conseguia nem olhar nos olhos deles. Ele só dizia que a culpa era minha. Que eu tava dando mole pro cara, que ele se defendeu dos meus tapas e se fez de coitado.

Mais tarde, teria outra festa, não tinha mais clima. Eu queria ir embora. Mas estava presa numa carona. Naquele sítio longe, não tinha ônibus nem outra condução que pudesse me tirar dali. Ele me mandou me arrumar pra ir pra festa, eu não queria, ele me obrigou.

Desci pra festa com o rosto inchado de tanto chorar. As meninas me chamaram pra ir cantar no karaokê. Eu não tinha mais clima de festa. Enfrentei todos os olhares acusadores dos outros casais... Dentro da minha cabeça eu imaginava que eles me chamariam de mulher de malandro, de mulher que gostava de apanhar... Eu não conseguia nem olhar pras pessoas na festa com medo dele achar que estava azarando alguém. Ninguém sentou ao nosso lado ou puxou papo. Exceto um casal. O homem falou a ele que não tinha entendido o que tinha acontecido, que nos viu na piscina e que não viu nada demais o que eu tinha feito. Falou pra ele não fazer mais isso, que éramos um lindo casal, mas que mulher nenhuma merecia apanhar. Eu vi meu marido se envergonhar. Ninguém da festa falou com ele daquele jeito e nunca vou esquecer daquelas palavras. 

A festa já não tinha mais graça, subimos pra dormir. Ele me pediu perdão, eu estava machucada e envergonhada demais pra perdoar. Naquela vez, não estava só eu e ele, estávamos numa festa e todos ouviram, alguns se meteram, poucos me deram apoio.

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